São 5h e a gente acorda para o primeiro safári do dia. Há sempre duas saídas, uma antes do sol nascer e outra no fim da tarde, melhores horas para observar os animais. Keegan, nosso ranger no Lodge Sabi Sabi, um dos melhores lodges de safári da África, anuncia: vamos procurar por leões. O tracker Heavyness vai sentado num banquinho na frente do carro, rastreando as pistas. Rodamos por quase duas horas atrás das pegadas, e nada dos leões. No caminho, rinocerontes, zebras, girafas. Até que o guia anuncia: tenho uma surpresa para vocês. Ele abre caminho pelo meio da mata e chega na beira de um lago. A cena é inacreditável: quinze, QUINZE, leões juntos. Eles andam em fila, um atrás do outro, e vêm até a beira do lado onde paramos. E ficamos ali, eles de um lado, nós de outro, por quase uma hora.
A experiência foi mágica, e credito parte dela ao nosso ranger e ao tracker, e ao fato de estarmos no Sabi Sabi (não por acaso, o Sabi Sabi faz parte da coleção Unique Lodges National Geographic). As reservas privadas disputam a tapa os melhores guias e trackers da região, e estar com alguém que conhece a mata e que identifica melhor que ninguém os rastros de animais, pode garantir experiências como essas.
Além disso o Sabi Sabi fica na reserva privada de Sabi Sands (que tem 60 mil hectares e é adjacente ao Kruger) , o que quer dizer que há menos carros (apenas os hóspedes dos lodges podem circular na reserva), menos estresse para os animais, e é possível sair da estrada e varar na mata para ver os animais de perto. Se o safári fosse no Kruger, se (eu digo SE) víssemos esses animais, seria de longe (leia esse post para entender mais sobre safari no Kruger X reservas privadas).
Mas essa não é a única vantagem de se hospedar no Sabi Sabi. Há muitas outras. A saber:
Melhores lodges de safari: como são o Bush e o Earth Lodge:
Sabi Sabi tem 4 lodges: Selati, Little Bush, Bush Lodge e Earth Lodge. Nós ficamos no Bush e no Earth.
O Bush Lodge é o mais antigo de todos, e é lindo. Tem 35 anos, e 25 villas lindíssimas (22 villas, 2 luxury villas e uma presidencial). Nós ficamos na villa, com varanda privativa, sala de estar (que pode receber as camas extras), o quarto e um banheiro incrível com banheira, sais e jardim interno.
O hotel tem spa, restaurante, sala de leitura, bar, piscina e uma decoração aconchegante, sofisticada com objetos de arte africana, palha e madeira.
Já o Earth Lodge tem um estilo mais modernoso, totalmente integrado ao ambiente, e com villas (todas com jardim e piscina privativa) que simulam uma caverna. São apenas 13 villas, que mantém ao máximo a privacidade do hóspede.
Nenhum dos lodges tem cercas, o que quer dizer que os animais circulam livremente pelas áreas, o que é fantástico. Isso quer dizer que, a qualquer momento, você pode esbarrar com um kudu ou com um leão. E à noite, por segurança, os hóspedes só circulam escoltados.
Safáris no Sabi Sabi
Seja no Bush ou no Earth, são sempre dois safáris por dia, e sempre com o mesmo guia e tracker. Achei isso bem legal, porque o guia vai conhecendo as suas preferências, e sabe o que você já viu o que quer ver. O primeiro safari é sempre às 6h, e o outro às 15h. Quando está frio, mantas e bolsas de água quente são providenciadas. No fim de cada safari, antes de voltar ao lodge, há sempre um lanche com bebidas e beliscos no meio da savana.
Os safáris acontecem dentro da reserva, que é adjacente ao Kruger, e não há cercas separando as duas áreas. Vimos os Big 5 mais de uma vez. Muitos elefantes, zebras, rinocerontes, girafas e – o highlights – os 15 leões. Os carros são Land Rovers abertas e sem cobertura, super confortáveis, e nunca houve relatos de acidentes (basta seguir as rotinas de segurança, como permanecer sempre sentado). O tracker vai sentado num banquinho à frente, para observar melhor os rastros.
Sobre as idades permitidas, o Bush Lodge é o mais kids friendly de todos. Ele aceita crianças de qualquer idade para hospedagem, e para os safáris, é preciso ter a partir de 6 anos (para ir no carro com outros hóspedes). Caso a criança seja menor, é possível fazer o safári caso seja reservado um carro exclusivo para a família. Caso os pais queiram deixar as crianças o hotel, existe um centro, o Elefun, com atividades para entreter os pequenos. Já o Earth Lodge só aceita crianças a partir de 13 anos.
Restaurantes
Todas as refeições são inclusas. O café da manhã tem waffles e panquecas feitas na hora com geléias caseiras, iogurte e granola caseiras, pães, queijos, omeletes, sucos detox, capuccino e o que mais o hóspede desejar. É servido no mesmo lugar do almoço. No caso no Bush, numa varanda frente para uma área onde elefantes costumam dar o ar da graça. No Earth, o almoço acontece num gramado com vista para a savana.
Também há sempre lanches antes da saída dos safáris, com doces e que tais.
A noite reserva surpresas, e o jantar pode ser no Boma (uma área aberta sob a luz das estrelas, e iluminada com velas e lanternas). Sempre acompanhado pelo seu ranger, e regado a bom papo.
Como chegar:
Compramos nossas passagens pelo Skyscanner, e fomos de Taag, que faz escala em Luanda. A South African Airlines também voa, sem precisar da escala, mas as tarifas da SSA normalmente são mais altas. De Joburg para o Sabi Sabi são 6 horas de carro. Ou é possível voar para Skukuza, e de lá pegar mais uma hora apenas de carro.
Conclusão:
Vale muito à pena ficar no Sabi Sabi, e considere mesmo se a diária estiver acima do que você previa. O hotel não é barato, e dá pra entender o porquê. Ele não faz parte da coleção da National Geographic por acaso, e é realmente um dos melhores lodges de safári da África. Seja no Bush ou no Earth, os quartos são belíssimos, a equipe de profissionais é 100% incrível, e o safári aqui é uma experiência única, já que o lodge fica dentro da reserva. Além disso, para quem viaja com famílias, tem a vantagem da idade liberada no Bush Lodge.