Quem levou o costume do chá para a Inglaterra foram os portugueses, quando o Príncipe Charles II se casou com a Princesa Catarina de Bragança. Mas antes disso, os chineses já bebiam a erva, e depois os japoneses, e também as Índias. Ou seja, muito água rolou até que o tal bulezinho fosse parar nos salões do Reino Unido. E foi essa a antiguidade despejada nas nossas xícaras junto com monges e plantações de ervas exóticas quando fomos tomar o chá da tarde no classicissímo The Rosebery, no Mandarin Oriental. O hotel ocupa um suntuoso prédio de frente para o Hyde Park, e os salões do Rosebery seguem um clima vitoriano com grandes janelas de vidraça e lustres de cristais.
Um tea specialist em vestes de seda verde bandeira nos recebeu, e começou o preparo dos chás. Um manusear de cerâmicas e de águas virando daqui para lá sobre blends exóticos que, como o vinho, devem ser primeiro degustado com o olfato e depois em pequenos goles. O meu tinha notas de laranja com chá preto e especiarias. Do Rico, um chá verde autêntico com folhas de algum lugar remoto do Himalaia. Juju foi de chocolate quente, porque mesmo com toda essa pompa, o MO tem lugar para as crianças, e cuida delas.
Ao chá, segue um desfilar de delícias doces e salgadas, scones, geleias caseiras, e mais doces e mais salgados de novo. Entre os quitutes, torta de pistache, mousse de abricó com lavanda, de vacila com chocolate mil folhas com frutas vermelhas, macarrons, tartelettes, sanduichinhos e marshmallows para as crianças. Realmente incrível. Vá com calma, e desfrute.