Dicas do peru e Bolivia: roteiro Cusco, Machu Picchu, Titicaca, Uyuni

Quem atravessa o Peru e a Bolívia descobre que estas são terras de extremos. Tudo é muito ou pouco, maravilhoso ou terrível. As paisagens são impressionantes, com vulcões, picos nevados, lagos e campos. A riqueza humana e cultural também é enorme. Pisaq e Chinchero, duas pequenas cidades peruanas, por exemplo, até hoje são coalhadas de tecelãs fazendo ponchos e tapetes segundo a tradição têxtil inca. Em Amantani, no Lago Titicaca, não há luz, os homens bordam as roupas e os habitantes ainda se comunicam em aimará, dialeto da era Inca. Tudo é transformador e intenso. Mas é preciso estar preparado para lidar com as diferenças. Os dois países são subdesenvolvidos economicamente, em boa parte dos territórios não há água potável encanada e os meios de transporte são precários. Quem viaja ao Peru não está em busca da Europa.  E esse é o ponto. Para você que pretende viajar para os dois países, aqui vai uma série de posts com dicas do peru e bolivia: o que fazer em Cusco, Machu Picchu, Salar de Uyuni e muito mais.

Começamos nossa viagem por Lima, onde pernoitamos para no dia seguinte seguir viagem. Nossa rota?  A ideia era atravessar do Peru e Bolívia até a fronteira com o Chile, no Salar de Uyuni. Fomos eu, Rico, meu irmão Marcelo e minha cunhada, Priscilla. Eu estava grávida de 3 meses da Juju (veja aqui meu “manual de sobrevivência” com alguns cuidados que tomei para fazer essa viagem e dicas do peru e bolivia para quem viaja grávida).

Dicas do peru e bolivia: boas ondas

Falar que atravessar o Peru e a Bolívia é como viajar por lendas não é exagero. E as surpresas começam já no litoral. Uma hora de táxi, que custa 50 soles (cerca de R$40), leva à Punta Hermosa, com as praias de Caballeros e Señoritas. Para quem gosta de ondas, Lima e todo o litoral peruano são um paraíso e um destino destino disputado. Chicama, por exemplo, tem a mais longa esquerda do mundo. E só nos oito quilômetros de Punta Hermosa, há 17 picos com boas ondas. Rico queria surfar, e lá fomos nós.

O cenário é, no mínimo, curioso. Punta não é um balneário charmoso, como Búzios, por exemplo. Muito menos sofisticado como Santorini, na Grécia. Mas é interessantíssimo. A cena é quase de um faroeste litorâneo, de um deserto com mar. As praias são rochosas, a vegetação predominante é o cacto, as casas são modestas e há trailers onde senhoras rechonchudas e velhos índios vendem refrigerantes de cola. É um povoado bem humilde, sem ruas asfaltadas, muito hospitaleiro, apinhado de surfistas e onde a religiosidade é sentida no ar: há imagens de santos e altares em praticamente todos os locais. Em Punta Hermosa, ficamos num surf hostel bacana, que era o Punta Hermosa Surf Hostel: preço bem honesto, limpo e bem frequentado. (Veja aqui mais hoteis em Punta Hermosa)

Dicas do peru e bolivia: Cusco, Macchu Pichu, o Vale Sagrado e os Andes

Além de religiosos, eles são surpreendentemente patriotas. Passeie um pouco e perceba que quase todas as casas têm hasteada uma bandeira do país. A quantidade de amuletos usados pela população de 26,5 milhões de habitantes também é enorme. Nas residências, há sempre porquinhos da sorte presos nos telhados. É um povo interessante, quente e receptivo. E agora, já com as ondas surfadas, partimos de Punta para Cuzco.

Cuzco é uma interseção. A cidade foi a capital do Império Inca. Depois, ocupada pelos espanhóis, foi posta abaixo. Das construções originais, ficaram apenas as estruturas, sobre as quais os espanhóis ergueram suas casas.  A cidade é um labirinto sacadas em estilo espanhol debruçadas sobre ruelas charmosas, com casarios que abrigam restaurantes, bares, bazares. E com alguma sorte, você ainda pode encontrar um xamã no seu caminho, o que pode ser muito bom se você quiser fazer alguma cerimônia de espiritualização. Em Cusco, ficamos hospedados no Casa Cartagena Boutique e Spa , que é lindo e bem perto da praça central. Outro ótimo é o cinco estrelas Aranwa.  (veja aqui mais hoteis em Cuzco) .

Há muito o que fazer. Visitar o Vale Sagrado e as ruínas de Sacsaihuaman nas franjas da cidade é uma delas. Passeie também pela Praça das Armas, a Catedral de Cuzco e visite o Museo do Oro. Não deixe de comer no Limo, o nosso favorito, com uma comida criolla fusion. Se estiver com crianças e o paladar delas não for muito variado, vá no La Bodega 138, que tem pizzas e massas leves, saladas. O Chicha também é ótimo. Já o Greens reserva um menu de comida natural muito bacana.

Cuzco também é o ponto de partida para se visitar os pequenos vilarejos no seu entorno (Pisac, Chinchero e Ollantaytambo). Pode-se ir de ônibus ou percorrer todo o trajeto de carro e, neste caso, contratar os serviços de um taxista é o ideal. Para quem optar pelo transporte coletivo, há saídas todos os dias, praticamente de 20 em 20 minutos, para todos os locais. Pode ser mais interessante, uma vez que o ônibus é o meio de locomoção usado pelos moradores, mas prepare-se: os veículos são malconservados.

As estradas nesse trecho são boas condições e estão num daqueles extremos do Peru. São simplesmente inigualáveis em beleza. Os Andes perseguem todos os olhares, há campos verdes, arados apesar da seca, e ovelhas por todos os lados. Há também desertos repentinos e povoados remotos perdidos pelas colinas.

Entre as dicas do Peru e Bolivia preciosas para quem busca artesanato, está a de que em Pisac e Chinchero encontramos as feiras de rua mais bonitas de toda a viagem: muita cor e cholas tipicamente vestidas vendendo tapetes, mochilas e verduras. Nada montado excepcionalmente para o turista, e isso é que há de melhor nestes lugares. Ao contrário de Cuzco e Machu Picchu, os vilarejos não são tão turísticos, e talvez por isso seus moradores ainda mantêm-se fiéis a suas tradições. As feiras, aos domingos, são para eles e, além de venda, há muito escambo. Um comércio interessante à moda antiga. (Veja aqui hotéis em Pisac)

Em Chinchero, além da feira, o mais interessanteé a convergência das civilizações que ocuparam o território: no meio das ruínas incas, ergue-se um imenso pátio e uma linda igreja hispânica.

Ollantaytambo, a 97 quilômetros de Cuzco, é talvez o mais belo de todos os três povoados. A cidade, nas margens do Rio Urubamba, foi erguida sobre a planta das vilas incas, e as casas conservam a estrutura de pedra construída pelos quéchuas há cerca de 600 anos. O nome da vila vem do general Ollantay, que se mudou para lá depois de se apaixonar por Cusi Collo, filha do imperador Pachacútec. Além da vila, Ollantaytambo tem ruínas sensacionais e muito bem conservadas no alto de uma colina. É uma caminhada de quase duas horas que leva ao Templo do Sol.

PARA MAIS DICAS DO PERU E BOLIVIA, CONTINUE LENDO:

2- Dossiê Peru -Bolívia: Titicaca e as aldeias que pararam no tempo
3 – Dicas Peru – Bolívia: alguns cuidados

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