Chapada Diamantina é superlativa. A terceira maior cachoeira do Brasil, a maior caverna do país, cânions atravessados por rios vermelhos, montanhas, rios e lagos de água azul, grutas com poços cristalinos para flutuação, cidades históricas, mostras da catinga e do cerrado, formações geológicas que datam de bilhões de anos atrás. Tudo isso, e muito mais, faz parte desse roteiro de 5 na Chapada Diamantina que a gente descreve nesse post.
Nos apaixonamos por esse lugar, um dos mais lindos do Brasil, e no post de hoje compartilhamos com vocês o nosso roteiro na Chapada Diamantina com todas as dicas que você precisa para organizar a sua viagem.
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Dicas para você montar seu roteiro pela Chapada Diamantina
Compartilho nesse post algumas dicas que vão te ajudar na organização da viagem. Como chegar na Chapada Diamantina, precisa de guia, quantos dias, onde ficar, quais as atrações imperdíveis, quanto custa uma viagem pela Chapada e quando ir.
Chapada Diamantina onde fica
A Chapada Diamantina fica no interior da Bahia, numa região de montanhas que é continuidade da Serra do Espinhaço, com formações que datam do período Pré-Cambriano. É uma região de caatinga, com um parque nacional, e que atrai amantes do ecoturismo.
Como chegar na Chapada Diamantina
Há dois aeroportos: o de Lençóis e o de Salvador. O de Lençóis é o mais perto, mas nem sempre está operando. Ele fechou na pandemia, e até a data na nossa viagem (dez de 2021), permanecia fora de rota.
O outro aeroporto é o de Salvador, a 430 km de distância. De lá, as opções para chegar na Chapada são:
- alugar um carro no aeroporto.
- ônibus: leva 7 horas de viagem e empresa que faz o trajeto é a Real Expresso, e a passagem custa cerca de R$ 100 por trecho.
- contratar um transfer privativo, que custa em média R$ 800/R$1000 por trecho.
- contratar um pacote como a gente fez com a MaxExperiências/Luck Receptivos da Chapada, e não se preocupar com isso.
Precisa de Guia/Agência na Chapada Diamantina?
Eu recomendo que sim. Algumas estradas são esburacadas e sem sinalização, assim como as trilhas, e a chance de se perder é grande. Além do mais, se for período de chuva, muitas caminhos ficam intransitáveis, e só os guias que conhecem bem a região conseguem chegar.
Nós fomos com a MaxExperiências, e quem nos acompanhou foi o Tiãozinho, nascido na Chapada Diamantina e guia há mais de 30 anos. Ter ele com a gente tornou tudo mais especial. Tião sabia todas as histórias, conhece cada pedra, cada planta, cada morador, é doce, paciente. Recomendo MUITO que façam a viagem com ele.
Inclusive, para quem quiser, nesse link tem o pacote de 5 dias para a Chapada Diamantina (com hospedagem na pousada de charme Canto das Águas, a melhor de Lençois) exatamente como fizemos, e nesse aqui uma versão do mesmo pacote Chapada Diamantina, só que com hospedagem econômica.
Chapada Diamantina quando ir e quantos dias ficar
Sobre quantos dias ficar, recomendo pelo menos 4 dias inteiros.
Já sobre a melhor época para ir para a Chapada Diamantina, as chuvas vão de fim de novembro a abril. Mas é a partir do meio de dezembro que as chuvas caem mais fortes. Quando chove forte, há risco de alguns atrativos fecharem ou ficarem inacessíveis, assim como da água ficar turva.
Por outro lado, cachoeiras que normalmente tem um fio d’agua ficam volumosos e muito mais potentes, como vou mostrar para vocês mais abaixo. Fomos no inicio de dezembro e não conseguimos ir no Buracão por causa da chuva. No entanto, a cachoeira da Fumaça e a do Mosquito estavam incríveis e cheias de água!
Agora, eu também adorei o Capão. Não nos hospedamos lá, mas demos uma passada. É um lugar de mato, com cara de roça, mais alterna e com casinhas ao pé das montanhas. Se você gosta desse clima, vale dividir a hospedagem e ficar por lá uns dias. Lá, achei pousada Pé no Mato bem fofa.
O que fazer na Chapada Diamantina?
Nosso roteiro foi assim:
- dia 1: transfer Salvador-Lençois.
- dia 2: Cachoeira da Fumaça
- dia 3: pratinha e Pai Inácio
- dia 4: Poço Azul e Lapa Doce
- dia 5: Cachoeira do Mosquito
-
dia 6: transfer Salvador e volta pro Rio de Janeiro
Abaixo, falo um pouco de cada lugar.
Cachoeira da Fumaça Chapada Diamantina
A Cachoeira da Fumaça exibe um dos cenários mais impressionantes do Brasil. E é, sem dúvida, um dos lugares mais lindos da Chapada Diamantina. Para terem ideia, a cachoeira da Fumaça está entre as três mais altas do Brasil, com 380 metros de queda (quase a mesma altura do Pão de Açucar), e é emocionante estar no topo dela.
A cachoeira pode ser acessada por cima ou por baixo. Por baixo, preciso fazer um trekking de três dias e 36 km. Por cima, são 12 km de ida e volta, com subidas e descidas. Foi a que fizemos. É um passeio de dia todo, e não é uma caminhada fácil, mas vale cada passada. Vale dizer que quem faz a trilha por cima não consegue tomar banho na cachoeira, mas um rio quase ao chegar lá com poços bem gostosos.
Chegando no mirante, a vista é de calar os trovões. Aquele precípio gigantesco, com o vale a perder de vista à frente. No período de seca (maio a novembro), a Fumaça é quase seca e, às vezes, sequer tem água. Mas no período das chuvas, a magia acontece e a cascata ganha esse volume aí das fotos.
Como chegar: saindo de Lençois são 8o km de carro até a entrada da trilha; saindo do Capão são apenas 3km. É indispensável ter guia, e leve um lanche. Na volta, aproveite para comer a coxinha de jaca nas lanchonetes logo depois da da sede dos guias.
Pratinha Chapada Diamantina
Visitar a Fazenda Pratinha é um lugares mais lindos da chapada diamantina. É indispensável! Poucas vezes vimos um lago e um rio com água tão azul e cristalina! E com um plus: além da enorme piscina natural, é possível ainda fazer uma flutuação dentro da gruta da Pratinha. Me lembrou muito o cenote Dos Ojos, no México. Por que choras, Tulum?
Não recomendo vir com pressa e horas contadas aqui. Venha com calma, porque há muitas atividades. Além da flutuação na caverna – é muito bacana, porque passa por galerias escuras, até chegar no lago cristalino, claro e cheio de peixes – há caiaques, stand up paddle e tirolesa
E para quem não quiser nada, tem simplesmente relaxar e ficar de boa no maior visual e com água azul na temperatura perfeita. Mas uma dica importante: a Fazendo Pratinha enche muito aos fins de semana; tente ir de segunda a quinta.
A Pratinha fica a 73km de Lençois (boa parte em estrada de terra), e o carro para no estacionamento, a 200 metros da gruta e do lago.
Morro do Pai Inácio
Para começar, registro aqui uma constatação que eu gostaria de ter lido em outros lugares: chegar no alto do Morro do Pai Inácio é moleza. Eu sempre achei que era um lugar difícil, apenas para iniciados no trekking, mas não! O carro vai até a entrada da trilha, e depois mais 15 minutinhos de subida – sempre com um belo visual – e pronto!
A vista que se tem do Morro do Pai Inácio é a mais linda de toda a região, e por isso esse passeio é tão famoso: é daqui que se tem o registro daquele cartão-postal da Chapada Diamantina, com os morros em sequência.
A hora mais bacana de vir é no poente, quando o céu fica laranja (se não estiver nublado). Mas um dia fechado não diminui em nada o espetáculo. Nós fomos com o céu cheio de nuvens, e veja só no vídeo o espetáculo! As nuvens passaram pelo mirante, e ficamos literalmente ora sobre elas, ora no meio delas.
Só tenha atenção: se isso acontecer, não sai andando sem ver o que está à frente para não correr o risco de cair do despenhadeiro.
Onde fica o Morro do Pai Inácio: o atrativa está a 28km de Lençóis.
Poço Azul
O carro estaciona na entrada do Poço Azul, e logo em frente está o acesso para o atrativo. Descemos uma escadaria assentada por dentro da floresta, num caminho que passa por palmeiras e samambaias gigantes, até que a caverna aparece na nossa frente. Seguimos por mais escadas, agora descendo até o fundo da gruta, onde fica um poço de água azul e cristalina. Uma placa lembra que aqui não se fala alto. O silêncio torna tudo ainda mais especial e misterioso.
Lá embaixo, a experiência fica incrível: é permitido entrar na água com coletes para flutuar! Imagine entrar na água nesse lugar!!! É mágico! E água é tão transparente, que a gente consegue ver as pedras a 20 metros de profundidade.
Para melhorar ainda mais, os grupos foram limitados a seis pessoas, então é quase como ter o poço pra chamar de seu.
Lapa Doce
O município de Iraquara situa-se sobre uma enorme galeria subterrânea que pode ser comparada a um queijo suíço. Só aqui há mais de 90 grutas e cavernas. Somando com os municípios vizinhos de Seabra e Palmeiras, esse número sobre para mais dd 130, ganhando o status de ser a região da Bahia com o maior número de grutas estudadas.
E a maior da região dessa região é também a maior do Brasil: a Lapa Doce. Embora apenas um trecho esteja aberto a visitação. o seu sistema chega a 42km. Nós fizemos o percurso menor: de 2,5 km, e já foi incrível, com estalactites e estalagmites gigantescas, muitas delas brilhantes.
O caminho é fácil, praticamente todo plano. Apenas no fim e no começo há uma descida e depois a subida, porém curtas.Como a Lapa Doce fica perto do Poço Azul, vale combinar ambos no mesmo dia. Estão há cerca de 68 km de Lençois.
Cachoeira do Mosquito
Linda, linda, linda!!! Na temporada seca, a queda d’água é menos volumosa. Nós pegamos depois das chuvas, e estava esse poder que você vê na imagem. É a melhor cachoeira da Chapada Diamantina, ou uma das melhores.
A cachoeira Mosquito tem o acesso super tranquilo, com uma caminhada de meia hora sem grandes subidas ou descidas. Chegando lá, há a cascata, alguns pequenos poços e uma prainha de areia.
O atrativo conta ainda com um restaurante, então pode se programar para passar o dia todo aqui! Merece!
Onde fica: a cachoeira do Mosquito fica a 40km de Lençóis.
Parabéns pessoal ,incrível o jeito de vcs apresentarem o local e as dicas , minha próxima viagem ,graças a vcs
MUITOOO BOMMMM!
PARABENS PELA TEXTO E FOTOS!!